domingo, 19 de junho de 2016

O significado da concha - o símbolo dos peregrinos


     Existem algumas lendas sobre o significado do símbolo da concha mas a que me parece mais interessante está relacionada com a chegada dos restos mortais do Apóstolo Tiago na Galícia em um dia que se comemorava um casamento. Enquanto os convidados se dirigiam ao templo onde a cerimônia seria celebrada, viram um barco à deriva em meio a um forte temporal sem saber que era a embarcação que levava os restos mortais do Apóstolo com seus discípulos. Ao constatar o perigo, o noivo, montado em seu cavalo, aventurou-se para ajudá-los mas uma grande onda o carregou mar adentro. Pensando que fosse seu fim, o noivo pediu ajuda aos céus para sair daquele temporal e, de repente, o mar se acalmou e ele sentiu uma estranha força que o tirava do mar, junto com o barco. Como prova do milagre ocorrido, o jovem e seu cavalo estavam cobertos de conchas, ajudados pelos restos do Apóstolo naquele barco.
     Mas a origem verdadeira parece ser que os peregrinos que regressavam de Finisterra levavam um símbolo como prova de ter cumprido a peregrinação até Compostela, já que as conchas são moluscos abundantes na Costa da Galícia. Assim, iniciou o costume de pegar uma concha junto ao mar depois de ter orado na tumba do Apóstolo e não demorou para que as conchas passassem a ser fabricadas artesanalmente e comercializadas como lembrança em diversos locais durante o Caminho.


Minha mochila com minha concha

 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Santiago, o Santo

     Segundo o Novo Testamento, o Apóstolo Tiago (mais tarde São Tiago) o Maior, filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista, foi pescador até que conheceu Jesus e foi um dos primeiros a segui-lo. Foi decapitado em Jerusalém no ano 44 d.C. depois de passar algum tempo na Hispânia predicando. 
     Conta a tradição que dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, recolheram seus restos mortais e chegaram em um barco muito simples à Galícia, onde enterraram o Apóstolo em uma localidade atualmente chamada Padrón. Teodoro e Atanásio permaneceram cuidando da tumba até que ambos morreram e foram enterrados ali mesmo, junto ao seu Mestre. Com o passar do tempo, aquele acontecimento foi esquecido na memória dos habitantes daquele local, assim como as tumbas. Séculos mais tarde, no ano 813, um ermitão se apresentou ao Bispo para contar-lhe que havia visto por muitas noites uma chuva de estrelas que caía em um campo perto de um bosque. O Bispo dirigiu-se com algumas pessoas ao lugar que lhe havia sido indicado e, depois de limpar a vegetação, encontraram as ruínas de um altar e três tumbas. A maior foi identificada como sendo a tumba de Tiago "filho de Zebedeu e Salomé e irmão de João”, como escrito em sua lápide. O fato foi comunicado ao Papa e ao Rei Afonso II que mandou construir uma capela assim que soube do acontecimento. Anos mais tarde, seria construída uma igreja e, com o passar dos anos, a catedral que conhecemos atualmente. Aquele lugar passou a ser conhecido desde então como “Campo de estrela”, nome que daria origem a Compostela.

Altar da Catedral em Santiago de Compostela, considerada a terceira cidade mais sagrada no cristianismo depois de Jerusalém e Roma




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